Era um final de tarde, o dia se despedia e o sol avermelhado iluminava o espaço e deixado tudo mais belo e encantador. Estava tudo tão calmo e tranquilo, que ele mal percebeu quando a xícara escorregou-lhe pelas mãos. Seria um prelúdio de natal?
O objeto dividiu-se em pedaços, resultado do atrito com o chão. O barulho fez com que despertasse do estado de tranquilo em que estava. Ao ver o resto do líquido e a xícara em pedaços, não deve dúvidas. Algo de ruim estava para acontecer.
Pegou o celular e verificou a data. Era isso, as festas de final de ano se aproximavam.
Sim, era um prelúdio de natal
Ficou abatido. Tinha se empenhado tanto esse ano para manter-se ocupado durante todo o mês de dezembro. Criara um compromisso atrás do outro, inventava ocupações, se voluntariava para ajudar todos que podia. No trabalho fazia horas extras. Esperava que com a agenda cheia, com os compromissos e obrigações esquecesse das festas de final de ano.
Queria passar ileso pelas festividades.
Todo o ano era a mesma coisa: especial de natal, especial do Roberto Carlos, show da virada. Não aguentava mais ver aqueles programas.
Imaginava quem conseguia assistir ano após ano os mesmos programas, os mesmo especiais de natal e ano novo; perguntava-se se alguém assistia a missa do galo.
Não se conformava.
O que mais lhe irritava era aquela alegria plástica, como se tudo fosse uma felicidade de verdade. Duvidava. Sempre duvidara dos feriados, das comemorações. Acima de tudo da TV.
Tentava evitar tudo aquilo… mas sempre acabava diante da televisão, assistindo a mesma programação. Um programa qualquer com emoção barata e empolgação forçada. Às vezes até chorava, menos pelo programa e mais pela dura realidade que não conseguia mudar.
Mas nesse ano, ele tinha esperança… havia algo novo, surpreendente, que mudaria a vida dele e todos os finais de anos seguintes.
Tinha descoberto um site que passava vídeos e seriados. Tudo seria perfeito, nada de prelúdio de natal, só precisava que desta vez, a internet funcionasse.