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O Surrealismo inspirador de Alexandra Chertulova

O surrealismo de Alexandra Chertulova

Eu gosto muito de arte, mas para ser franco eu não entendo muito do assunto, por conta dessa ignorância aprendi o meu jeito de apreciar.

Ao invés de apreciar com os olhos, dei um jeito de apreciar com a alma, com o sentimento que obra desperta em mim.

Não reconheço muito técnicas e linhas, mas quando um trabalho me faz sentir alguma coisa, eu paro para olhar e ver na obra e em mim o que foi despertado.

E esta semana, algo chamou minha atenção. Apareceu no meu Instagram (@carloscarreiro_)_ umas imagens que transgrediram a linha de imagens bonitinhas.

Quando prestei mais atenção, não se tratava apenas de meras imagens, tinha algo mais. Já tinha visto as criaturas então fui atrás da criadora.
Busquei e achei o seu Instagram com mais criaturas. A artista é a russa Alexandra Chertulova (@chertulova).

Quem é Alexandra Chertulova?

Alexandra é uma artista russa que após desistir da faculdade de finanças, se descobriu artista por meio da fotografia e de criações surrealista.
Em sua biografia ela se descreve assim:

Sou fotógrafa , designer e blogueira. Eu moro e crio em Perm. Minha paixão é o surrealismo. Gosto de ir além da realidade e mostrar esse mundo de um ângulo inexistente: brilhante, estranho, original.

Eu apreciei as imagens antes de ler como ela se descrevia. E não teria como se descrever melhor, suas imagens falam por si.

Para mim, esse mundo inexistente é tão real, que a cada trabalho visto trazia em si muitos questionamentos, observações e inspiração.

Não sei qual a relação, mas vejo algo kafkaniano no trabalho de Chertulova.

Um pouco da obra de Alexandra Chertulova

A imagem abaixo, por exemplo, em que se mostra uma cabeça em uma coisa, espiando esse mundo me transportou para dentro de mim. Quantas vezes não nos sentimos apenas com uma caixa de papelão, um produto não notado por todo mundo. E será que não é justamente isso que as vezes o consumo e a intensidade das mídias faz com a gente?

Eu não tenho respostas, mas gosto de artes que me levam a indagar.

Gosto da arte porque ela nos lembra que não somos máquinas, embora às vezes a gente tenha tantas obrigações a cumprir, tantas responsabilidades que surtamos um pouco e paramos, talvez a gente até se quebre no caminho. E ficamos chegados na beira da praia a espera de mais energia. Tem imagem melhor do a criação abaixo?

Em uma outra imagem, em que ela abraça em um caso com dinheiro. Não tive como não pensar em relacionamentos vazios, nos quais há apenas interesses seja por dinheiro ou por fama. Relacionamentos, nos quais apenas um parceiro esta presente.

E novamente a imagem de um casaco pendurado, como a imagem de alguém que esta presente apenas fisicamente, mas não com a alma, despertam em mim mais questionamentos.

O que me chama muita a atenção é que a transgressão nessas imagens acontece justamente em contexto deveras real, é como se o surrealismo fosse contraditório nas imagens dela porque a gente porque ao ir além do real, nos traz novamente para a realidade, uma realidade que muitas vezes buscamos anestésicos para não enxergar ou sentir como realmente são.

É preciso de um chá alucinógeno para conversar com o nosso eu interior ou com uma amigo imaginário porque o real parece doer muito ou é simplesmente é tão surreal que não faz sentido o que acontece.

Talvez seja isso que eu tenha sentido finalmente nas criações Chertulova uma sensação de conforto e organização para um mundo tão desordenado. Em busca de uma organização para entender o mundo, encontrei um pouco de conforto e muita inspiração nesse surrealismo contemporâneo de Alexandra Chertulova

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