Estou na estrada admirando a paisagem e apreciando o momento. É tão bom pegar a estrada, curtir a viagem, o percurso antes de chegar ao destino.
Acho que alguém já escreveu que o mais importante da viagem é percurso e não a chegada. Acho que foi o Mário Quintana, mas não estou certo.
Perco-me em pensamentos, tentando lembrar da frase, busco na memória, depois também cato no Google. Vem-me a lembrança de outros versos. Não os de Quintana, mas de Cora Coralina:
O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
Mas ela está mais a filosofar da vida, dessa longa viagem, que nem é tão longa assim.
Não consigo lembrar da frase.
Talvez, o Quintana não estivesse falando de viagens. Para falar a verdade acho que era de vacas.
E daí o pensamento me pega e início outra viagem. De uma vaca, de hipogrifo, de hipopótamo e autor defunto ou seria defunto autor; das nuvens da imaginação vou até os labirintos de um castelo, no universo kafkaniano. Lembro de Tolstoi, Dostoievski, tantos outros, tantos nomes, tantas aventuras. Tantas viagens.
É tão boa a literatura, a leitura de um livro, as descobertas e o prazer antes do desfecho final.
Parece que há mais viagens entre estradas e livros, do que pressupõe nossa escassa imaginação.
Não tenho a menor ideia de quais eram os versos do Quintana, mas importante é o percurso.
Há tantos jeitos de viajar, não é mesmo?